Pielonefrite Infecção do rim
A pielonefrite é um processo inflamatório do rim, habitualmente causado por uma infeção bacteriana, sendo uma das patologias renais mais frequentes.
Na grande maioria dos casos, a pielonefrite tem origem na migração ascendente de bactérias, ao longo do aparelho urinário, até ao parênquima renal, dando origem a um processo infecioso agudo. Algumas patologias podem favorecer a migração ascendente das bactérias ao longo do aparelho urinário, como é o caso de patologias obstrutivas (hiperplasia benigna da próstata, estenose da uretra) ou funcionais (bexiga neurogénica) do aparelho urinário.
Por outro lado, embora de forma muito menos frequente nas últimas décadas, a pielonefrite pode ter origem na migração de bactérias a partir de órgãos adjacentes ou através da corrente sanguínea, como é o caso da tuberculose genitourinária.
Relativamente a sintomas, o quadro clínico habitual consiste nos sintomas de uma infeção urinária baixa (disúria, aumento da frequência miccional, alteração da cor ou cheiro da urina), associados a dor lombar, febre, calafrios, náuseas ou vómitos.
No que concerne à apresentação clínica, a pielonefrite pode manifestar-se com um quadro relativamente ligeiro (pielonefrite não complicada) ou com quadro mais severo (pielonefrite complicada), que podem eventualmente culminar numa infeção generalizada (urosépsis), potencialmente mortal.
A realização de exames complementares de diagnóstico é importante, não só para efetuar o diagnóstico e orientar o tratamento, como para identificar condições que favorecem o aparecimento de infeções urinárias ou para excluir outras patologias que possam apresentar sintomas semelhantes. Desta forma, podem ser efetuadas análises (sedimento urinário, urocultura, hemograma, proteína C reativa) e exames imagiológicos (ecografia renal, ecografia vesical com medição do resíduo pós-miccional, Tomografia Computorizada Renal).
O tratamento está dependente da gravidade do quadro clínico, e implica a realização de antibióticos, podendo ser necessário o internamento e até a realização de procedimentos cirúrgicos, como a derivação urinária alta com stent ureteral (colocação de cateter entre o rim e a bexiga, através da uretra), ou nefrostomia (colocação percutânea de cateter no rim, através da região lombar). Em casos mais graves pode ser necessária a drenagem de abcessos.