Hiperplasia Benigna da Próstata Aumento da dimensão da próstata

A próstata é um órgão do aparelho urogenital masculino com a forma de uma castanha, que envolve a porção inicial da uretra (tubo que conduz a urina da bexiga até ao pénis) e com o peso aproximado de 20 gramas. A sua função principal é a secreção de elementos do sémen (ejaculado), participando na sua propulsão através da uretra durante a ejaculação.


A noção errada de que os sintomas urinários são um acontecimento normal da idade, o receio de um diagnóstico de cancro, ou duma eventual cirurgia, e a relutância e embaraço em discutir os sintomas urinários e da esfera sexual com o médico, levam a que muitos homens não façam uma vigilância regular da próstata.

Aconselham-se todos os homens a fazerem uma observação anual deste órgão, a partir dos 50 anos, e, caso haja familiares directos que tenham sofrido de cancro da próstata, a partir dos 45 anos de idade.


A maioria das doenças da próstata são devidas ao seu crescimento benigno (80%) e apenas 18% se devem ao cancro.

Este crescimento benigno da próstata, a Hiperplasia Benigna da Próstata (HBP), tem origem multifactorial. A idade e a presença de hormona masculina são factores essenciais para o desenvolvimento da doença.

A partir dos 30 anos de idade, começa o crescimento do tecido prostático com a formação de nódulos à volta da uretra. Cerca de 50 a 60% dos homens com 60 anos e mais de 80% dos homens com 80 anos de idade apresentam crescimento da próstata. No entanto, só metade dos homens com HBP tem sintomas provocados pela doença.

Saliente-se que HBP não é cancro, portanto este crescimento não é devido à proliferação de células malignas, e também que a HBP não causa cancro. As duas doenças podem até coexistir e aparecer em alturas diferentes da vida de um homem.

Podem, no entanto, desenvolver-se complicações derivadas da HBP (cálculos urinários, insuficiência renal por lesão dos rins e desenvolvimento de grandes bexigas com incontinência urinária) em pacientes cujos sintomas urinários sejam mínimos.


Os sintomas mais frequentes são o jacto urinário mais fraco e fino, dificuldade em iniciar a micção, micção prolongada, por vezes interrompida ou intermitente, sensação de esvaziamento incompleto da bexiga, gotejo no final da micção, aumento da frequência urinária diurna e nocturna e dificuldade em suster a micção (imperiosidade miccional).

O aparecimento de sangue na urina (hematúria) e a impossibilidade súbita de urinar (retenção urinária aguda) são sintomas graves desta doença que obrigam a intervenção médica rápida.


Uma vigilância adequada em todos os homens com HBP (no mínimo anual) evitará estas situações, sendo simultaneamente feito o despiste do cancro da próstata.

Este é feito pelo toque rectal (palpação da próstata) e por uma análise de sangue – o PSA (Antigénio Específico da Próstata).


Para os doentes com sintomas causados pela HBP, existem hoje medicamentos altamente eficazes. Além de melhorarem a sintomatologia, reduzem também a possibilidade de retenção urinária aguda e a necessidade futura de intervenção cirúrgica.

O tratamento cirúrgico é reservado para pacientes com sintomas severos que não têm tratamento através de terapêutica medicamentosa, ou para pacientes que tenham retenção urinária, infecções urinárias repetidas, crises de hematúria e alterações significativas da bexiga ou rins.

O método cirúrgico mais utilizado é a ressecção endoscópica da próstata, conhecida como RTU, que consiste na extração dos nódulos de hipertrofia através de aparelhos que se introduzem, sob anestesia, pela uretra.

Ao contrário do que muitas vezes se pensa, estas cirurgias não previnem o cancro da próstata, o que torna obrigatória uma vigilância regular. Não influenciam a potência sexual ou o orgasmo, mas em 50 a 70% dos doentes operados, provocam ejaculação retrógrada.

Como alternativa à cirurgia clássica no tratamento desta doença, a cirurgia com Laser apresenta resultados que se têm revelados promissores.

Notas

1 — Os artigos publicados nesta biblioteca pretendem ser um meio de informação suplementar ao paciente e não substituem, de forma alguma, a consulta de um médico especialista que analise o seu caso específico;

2 — Os artigos publicados foram produzidos por especialistas que se baseiam nas recomendações e Guidelines de prática clínica da Associação Europeia de Urologia (EAU), à data da última revisão;

3 — Esta biblioteca encontra-se em processo de formatação para certificação pela HONcode Foundation (http://www.healthonnet.org/HONcode/Conduct.html);