Espermatocele Quisto do Epidídimo

O epidídimo consiste numa estrutura tubular enovelada e longa, localizada posteriormente a cada testículo, envolvendo-o também na sua vertente superior e inferior. A sua função é coletar e transportar o esperma do testículo para o canal deferente que, posteriormente, conduz o sémen para a uretra.


Um quisto do epidídimo corresponde a uma massa de consistência mole e conteúdo líquido ao nível do epidídimo. Também pode ser designado de Espermatocele ou Quisto Espermático.

As causas que levam à sua formação não estão absolutamente esclarecidas, supondo-se deverem-se ao bloqueio de um dos túbulos que transportam o esperma.

Na maioria dos casos, estas lesões não causam sintomas e permanecem estáveis em termos dimensionais, sendo detetadas por auto-palpação testicular, durante exames de rotina levados a cabo pelo médico assistente ou mesmo em exames complementares de diagnóstico realizados com outros propósitos.

No entanto, quando se verifica o aumento do seu volume, poderá provocar dor ou desconforto do lado do testículo afetado ou sensação de peso ou congestão na região envolvente.


O diagnóstico deste tipo de patologia assenta no exame médico, em que é realizada palpação escrotal com eventual recurso a transiluminação, consoante a volumetria, podendo ser complementada com Ecografia Escrotal, que permite o seu diagnóstico diferencial com elevada fiabilidade.

É desejável a avaliação especializada de qualquer massa escrotal, de forma a excluir patologias graves, designadamente, o tumor do testículo. O mesmo é aconselhado no caso de surgir dor ou aumento do volume escrotal, podendo ser causados por uma multiplicidade de patologias requerendo, algumas, tratamento imediato.


Nas situações em que um quisto do epidídimo se torna doloroso ou aumenta de volume causando desconforto, poderá existir indicação para tratamento por remoção cirúrgica. Os riscos inerentes à cirurgia de excisão de quisto do epidídimo prendem-se, essencialmente, com a possibilidade de lesão do epidídimo ou dos canais deferentes, com eventual repercussão na fertilidade. Outro dos riscos a ser equacionado, apesar de pouco frequente, é a possibilidade de reaparecimento da lesão quística.

Estratégias terapêuticas alternativas à excisão cirúrgica, como a aspiração ou escleroterapia, são atualmente usadas raramente. Nestas abordagens é realizada a aspiração com agulha do conteúdo líquido do quisto, podendo ser injetado posteriormente um agente químico irritante que vai preencher o espaço ocupado previamente pelo líquido aspirado e promover a cicatrização. Os riscos de recidiva e persistência de sintomas são mais elevados.

Notas

1 — Os artigos publicados nesta biblioteca pretendem ser um meio de informação suplementar ao paciente e não substituem, de forma alguma, a consulta de um médico especialista que analise o seu caso específico;

2 — Os artigos publicados foram produzidos por especialistas que se baseiam nas recomendações e Guidelines de prática clínica da Associação Europeia de Urologia (EAU), à data da última revisão;

3 — Esta biblioteca encontra-se em processo de formatação para certificação pela HONcode Foundation (http://www.healthonnet.org/HONcode/Conduct.html);